quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Por mais leve que fosse... By: Priscila Assis Majo

Era sempre a mesma música,
Tudo soava muito igual para mim,
Desejava escrever um livro,
Escrevi apenas uma linha triste,
Uma linha capaz de refletir,
 O estrago que você fez no meu coração.

Faltou espaço para passos.
Faltou algo para dizer.
Faltou mais dinheiro, mais festas, mais amigos.
Faltou, porém, algo muito mais importante que tudo isso.

Era sempre o violão que se fazia ouvir,
Nossas vozes discutiam desconexas,
Nossos corpos se repeliam,
Nossa boca não mais umedecia,
Era sempre o hoje mais importante,
E essa importância nunca acabava,
Chegada hora de partir e nada,
Absolutamente nada que construímos foi lembrado com carinho, ou saudade, ou ainda, uma leve consideração.
Por mais leve que fosse...

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E quando faltam caminhos á frente? Por Priscila Assis Majo

E quando faltam caminhos á frente?
E quanto o céu parece fechar em volta da gente?
E quando nos afastamos da luz?
E quando todos dizem que isso é certo?
O que fazer sem a permissão?
A permissão de não mentir, de ser honesto, de não seguir as regras, de não ser influenciado, de não desistir de lutar pelo que mais se ama...
E quando o que se ama não é o que precisamos exatamente?
E quando as portas todas se fecham com força?
E quando as músicas não fazem mais sentido? Nem a água cura...
Faltavam poucos minutos da chegada, seríamos felizes a partir do “sim”. Mas, as regras foram mais fortes, seus interesses, mas firmes.
E quando o chão desaba sob nossos frágeis pés?
E quando o desjejum não cobre o vazio ao acordar do pouco que se conseguiu dormir?
E quando as notas soam como as melodias mais melancólicas?
E quando se prepara a terra e nada nela nasce?
Foi assim comigo, com você, com o “nós” que havíamos construídos por tanto tempo.

Eu pergunto a você:

E quando faltam caminha á frente, o que fazer?